sábado, 25 de abril de 2009

Ruído

Ruído. Faz libertar um animal feroz, por alguns milímetros para fora do corpo. Desperta, saí de mansinho, devagar. Não se espraia pelo ar. Fica contido. Apenas naquele lugar que ainda é corpo, mas já não o é. Como se fosse rasgar esse espaço a qualquer momento, mas não sai. Fica contido. O ruído continua. Cada vez mais forte e denso. O bicho não sai! Cresce em toda a sua presença. Sem medos, liberta-se! Rosna ao mundo, com uma força silenciosa e invisível que é sentida. Sem medos. O bicho rosna. E desaparece no silêncio seguinte. Volta à toca. Esconde-se, para voltar... Durante o próximo... Ruído.

Maio de 2007

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