sábado, 30 de maio de 2009

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Monsters...

... One by one, I will knock you out!

domingo, 17 de maio de 2009

O que há em mim é sobretudo cansaço -



















O que há em mim é sobretudo cansaço -

Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço.

A subtileza das sensações inúteis,
As paixões violentas por coisa nenhuma,
Os amores intensos por o suposto alguém,
Essas coisas todas –
Essas e o que falta nelas eternamente -;
Tudo isso faz um cansaço,
Este cansaço,
Cansaço.

Há sem dúvida quem ame o infinito,
Há sem dúvida quem deseje o impossível,
Há sem dúvida quem não queira nada –
Três tipos de idealistas, e eu nenhum deles:
Porque amo infinitamente o finito,
Porque desejo impossivelmente o possível,
Porque quero tudo, ou um pouco mais, se puder ser,
Ou até se não puder ser...

E o resultado?
Para eles a vida vivida ou sonhada,
Para eles o sonho sonhado ou vivido,
Para eles a média entre tudo e nada, isto é, isto...
Para mim só um grande, um profundo,
E, ah com que felicidade infecundo, cansaço,
Um supremíssimo cansaço,
Íssimo, íssimo, íssimo,
Cansaço...

Álvaro de Campos

terça-feira, 12 de maio de 2009

Realidades sentidas ou vividas?

Até que ponto a realidade que percepcionamos é a mesma que a da pessoa que está ao nosso lado?

Quente ou frio?...

No dia em que tirei esta fotografia estava um calor de morrer. Isso não foi impeditivo que aquela senhora achasse confortável o uso de umas botas de borracha, as ditas galochas, quando eramos miúdos. Nessa altura andar de galochas para mim era um misto entre suplício e a sensação de liberdade de poder andar nas poças. Que alegria era dar um salto no ar e, SPLACH!

Devo dizer que no ano de 2006 nos Estados Unidos aquelas botas estavam na moda. Era comum encontrarmos montras cheias de galochas de todos os feitios e cores. E apesar do calor, as Nova-Iorquinas usavam-nas com todo o orgulho (e possivelmente todo o desconforto). Mas uma Nova-Iorquina nunca revela o seu sofrimento nestes contextos! A moda é soberana!

Poderemos fazer especulações sobre o que cada uma das senhoras estava a sentir com o seu calçado próprio naquele dia de calor. A de sandálias, confortavelmente a gozar os seus dedos quase descalços. Ai que saboroso é!! A senhora das galochas com padrão Burberry’s poderia estar em sofrimento absoluto. Noutra perspectiva, a realidade poderia estar a ser sentida por esta segunda senhora com um tal entusiasmo por estar na moda, que qualquer esforço seria desprezável perante o prazer de calçar uns sapatos de que gostamos.

Estéticas à parte, será que o que percepcionamos se adqua em todas as ocasiões à realidade? E será que temos todos a mesma realidade? Será que temos todos os mesmos valores? Certamente que não!

Os limites de estas duas mulheres são diferentes relativamente à temperatura que suportam. O que para uns é sinónimo de inaguentável, para outro ser humano poderá apenas significar prazer. No caso destas mulheres Nova-Iorquinas cada uma estava nos seus próprios sapatos. Os quais escolherem naquele dia. A saborear cada passo naquelas ruas cheias de vivavidade. Contudo por vezes alguém tenta calçar os nossos sapatos. E aí, onde estarão os limites?

Apesar de tudo... Percepção ou realidade?...

quarta-feira, 6 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

sábado, 2 de maio de 2009

Anjo Inútil by Aldina Duarte

Passou um anjo de rastos
Na serra da minha vida
O sangue dele nos cardos
Ainda hoje tem vida

Rasgou as asas na febre
De me levar mais além
Por esse amor que me teve
Amei-o como a ninguém.

Poema: Luis de Macedo (?)


vejam: http://aldinaduarte.blogspot.com/